É comum ouvir dizer que a Europa é um continente pós-cristão. Será verdade? Podemos afirmar com segurança que todos os países da Europa já foram cristãos um dia?
Sim, é verdade que ela é o berço dos maiores reformadores e avivalistas da igreja protestante, Lutero, John Huss, Calvino, Wesley, Whitefield, Savonarola, Spurgeon, Wycliffe, Zinzendorf, Booth, Lewis… A lista parece infindável.
Como em nenhuma parte, ali a fé cristã foi declarada nas Confissões Escocesa (1560), de Westminster (1640), de Augsburgo (1532); foi cantada no “Messias” de Handel ou na “Paixão Segundo São Mateus” de Bach; foi praticada no Movimento Pietista, na Escola Dominical, nas Sociedades Bíblicas, no Exército da Salvação e vivida de tantas maneiras contundentes.
A Europa é a mãe legítima de Missões Modernas, pois de seus portos por séculos partiram milhares de missionários a caminho dos confins da terra. América, Ásia e África foram os campos de ontem e tem para com a igreja do Velho Continente imensa dívida de gratidão pelo sacrifício e renúncia daqueles irmãos.
Hoje olhamos para os seus 47 países e nos perguntamos? O que foi feito do Evangelho? A questão exige clareza de visão para entender que esse é somente um lado da história.
O poderoso vento transformador da Reforma com certeza influenciou um número considerável de pessoas, mas muitos lugares experimentaram apenas uma leve brisa dela.
Esse cenário de bênção foi palco também da crueldade assassina da Inquisição (assista o filme ‘A Rainha Margot”), da negligência infame das verdades bíblicas, da idolatria, do misticismo, da heresia, da perseguição.
Como tantas nações que envergavam a cruz poderiam crescer na fé se por tanto tempo lhes foi vedado o acesso às Escrituras? Pois foi somente no século 20, no Concílio Vaticano II (1965-1967) que a igreja Católica permitiu que seus fiéis possuíssem um Bíblia. Até então, as missas eram realizadas em latim. Isso sem esquecermos dos países tradicionalmente ortodoxos e islâmicos.
Voltemos à questão: seria correto continuar afirmando que a Europa é um continente pós cristão, quando a vasta maioria de sua população tem abraçado crenças estranhas à Palavra de Deus e em toda a história, salvo pequenas e breves exceções, jamais experimentou o sopro regenerador do Espírito Santo?
Hoje, essa sociedade materialista, secularizada e polarizada entre o cristianismo nominal e o islamismo avassalador consiste em um dos campos mais áridos para o florescer da preciosa semente.
Jesus Cristo nos deu o exemplo do paciente agricultor. Ele amou incondicionalmente, misturando-se com as pessoas, identificando-se com elas, ministrando em suas necessidades. E então mansamente, convidava a segui-Lo.
A seara é tão grande. Onde estão os trabalhadores?
Em Cristo,
Liane Serfas